‘Cante Se Puder’ mostra o quanto celebridades estão dispostas a pagar para se manter nos holofotes

Shows de calouros, apesar de populares, nunca conseguiram produzir grandes ídolos no Brasil. Sabendo disso, o SBT resolveu fazer de seu novo reality voltado para música, o “Cante Se Puder”, um celeiro de antigos talentos. No episódio da estreia, o programa apresentado por Patrícia Abravanel e Márcio Ballas mostrou que alguns artistas estão dispostos a tudo para voltar aos holofotes. E, para o espectador, não há nada de mal nisso. Pelo menos é o que provam os números. Segundo a prévia do Ibope, a atração estreou em terceiro lugar no ranking, com média de 9,7 pontos de média, ficando atrás da Globo, com 16,8, e da Record, com 11. Um número razoável.

Em seu primeiro episódio, o “Cante Se Puder” reuniu nomes como Anderson (do grupo Molejo), Banana (do Vagabundos), Gilmelândia, Ângela Bismarchi e os gêmeos Vavá e Márcio (do Karametade). A ideia era que, enquanto cantassem, passassem por provas (algumas com um pé na escatologia). Para eles, que não andavam lá muito assíduos no noticiário de celebridades, valia de tudo. Desde pisar em caranguejos a levar tiros de bombinha. O despudor era tamanho que Márcio sofreu um acidente e cortou o rosto. Até mesmo seu trajeto até a enfermaria foi gravado. E o show continuou.

A graça do “Cante Se Puder” está exatamente em seu ar de nostalgia. Os espectadores gostam de relembrar determinadas figuras – no júri, por exemplo, está o cantor Nahim, famoso nos anos 70 – e por elas são remetidos a um outro tempo. A embalagem é moderna, mas as dançarinas se exibindo com figurino mínimo promovem um flerte com o “Programa Silvio Santos”, por exemplo. Por falar no dono da emissora, sua filha, Patrícia, anda cada vez mais desenvolta. Segura e discreta, tem se saído bem como apresentadora, salvo alguns poucos momentos em que exagera nos olhares, às vezes um pouco acesos demais, o que dá a entender certa tensão. Mas isso é coisa que se corrige com o passar do tempo.

Fonte: IG