"Precisamos da audiência, mas não é o motor" diz Joelson Giordani em Entrevista ao P8

O entrevistado dessa quarta-feira é Joelson Giordani. Ele começou sua carreira muito jovem, ainda na Universidade, mas conta que a paixão veio de berço, já que o seu pai sempre esteve envolvido com comunicação, o radialista Joel Silva. Mas foi depois de 2006 que Joelson Giordani surgiu pela primeira vez nas telinhas. Ele começou na TV Antares como integrante do programa 'Interferência', atração voltada para o entretenimento com uma pitada de jornalismo. Logo, logo seu talento chamou a atenção das emissoras locais e a primeira interessada foi a TV Cidade Verde. Giordani passou não só a integrar a equipe de reportagem, como foi escalado para cobrir a folga dos principais apresentadores do canal. Chegou a ir para a TV Clube no ano passado em uma curta temporada de 3 meses até receber um novo convite da direção da TV Cidade Verde. E, desta vez, para assumir como apresentador e editor-chefe do 'Jornal Cidade Verde', telejornal de maior rotatividade de âncoras até então. Em 2014, o jornalista também figurou em duas categorias do concurso 'Melhores da Comunicação 2014': "Melhor Repórter" e "Contratação de Peso", sendo nesta última o primeiro colocado.

Joelson, primeiramente conte-nos como foi que você despertou a paixão pelo Jornalismo. Como foi o início de tudo?

Joelson- A paixão começou em casa. Meu pai, Joel Silva, é radialista. Apresenta “Painel da Cidade” todas as manhãs na Rádio Pioneira. Minha mãe, Ana Maria Silva, também abraçou essa profissão e apresenta o programa “Na Cabana do Rei” nas tardes da mesma emissora. Com esses dois exemplos, eu acabei apaixonando-me. Fazia uma rádio para adolescente no colégio Pro Campus, onde estudei e passei a praticar todos os dias a comunicação. Comecei na Universidade em 1998 e no mesmo ano já escrevia para o Jornal Correio do Piauí. Passei pelo Jornal Diário do Povo onde fiquei seis anos e tive uma experiência rica na Rádio Pioneira ao lado de Dídimo de Castro. Em 2006 comecei em TV depois de muito bater na porta das emissoras. Os primeiros anos foram na TV Antares. Não parei mais. Hoje estou na TV Cidade Verde. 

P8-Anteriormente você contribuía com o jornalismo da TV Clube, como foi sua passagem por lá e qual o motivo de sua saída?

Joelson- A Passagem pela TV Clube foi muito interessante. Tenho muitos amigos lá. Pessoas que já admirava e respeitava antes mesmo da convivência profissional. Trabalhei com o diretor de jornalismo Paulo Fernandes que é um grande profissional. Mas o desafio que a TV Cidade Verde me propôs é desses que todo profissional de jornalismo sonha em receber. Comandar um telejornal é algo diferente e diante do convite não pensei duas vezes. Some-se a isso o padrão de qualidade e credibilidade Cidade Verde. Voltar a trabalhar sob coordenação da Nadja Rodrigues, com amigos como Amadeu Campos, Eli Lopes, Gorete Santos, Indira Gomes e todos esses companheiros com larga história é algo sensacional. 

P8-Como veio a proposta para trabalhar na TV Cidade Verde?
Joelson- Veio através de um convite da Nadja Rodrigues. Ela e a direção geral da emissora estavam coordenando algumas reformulações. Ela considerou que eu poderia colaborar com esse processo. Fiquei muito feliz em poder voltar.


P8-Como é estar fazendo parte da equipe CV?
Joelson-Já tive muitas experiências de trabalho gratificantes. Quando você é apaixonado pelo trabalho o maior desejo é conviver em um ambiente onde as pessoas compartilham essa paixão. A Cidade Verde é exatamente isso. Estamos lutando por audiência? Claro! Mas antes de tudo, nós estamos fazendo aquilo que fomos chamados a fazer: um bom jornalismo. O grupo Cidade Verde conseguiu construir um ambiente formado por pessoas que se consideram membro de uma mesma família. Melhor do que isso é impossível!

P8-O que mais te satisfaz na sua vida profissional?
Joelson- Costumo dizer que Jornalismo é algo que faço pra me divertir com a desculpa de que preciso ganhar dinheiro. Eu descobri que sou um contador de histórias. Levar histórias para as pessoas é o que me motiva. A forma como essas histórias serão contadas para que possam reproduzir com máxima fidelidade o real e que também possam ser capazes de manter as pessoas diante da tela, encantadas pela narrativa, é o desafio. Não seria feliz de outra maneira.

P8-Quais ou qual o maior desafio de um jornalista para ter uma boa audiência?
Joelson- Esquecer que a audiência é o foco. O foco nessa pressão desconcentra. Precisamos da audiência, mas não é o motor. Não é a missão jornalística. A missão é buscar a verdade dos fatos. E acredite: verdade e sensatez redundam em interesse do público. 

P8- Como é pra você ter que comandar o Jornal Cidade Verde?

Joelson- Comando desde março, mas para mim continua sendo um exercício novo. Já tinha trabalhado como editor-chefe no programa de entretenimento “Interferência”, na TV Antares. Mas era uma atividade que eu dividia com meu amigo Henrique Douglas que tem mente fértil e inteligência acima da média. Fazíamos o programa com ajuda do Airton Ramos na base da guerrilha: câmera na mão e ideia na cabeça. É outra filosofia. Depois comandei o Auto Mundo pela TV Cidade Verde. Assim como o “Interferência”, o Auto Mundo vai ao ar uma vez por semana.  O Jornal Cidade Verde é diário e o jornalismo diário é exigente. Hoje trabalho com uma equipe de 22 pessoas e organizar ações, comandar os processos de produção e permitir que o resultado final seja bom é o desafio novo. Quem ocupa essa posição costuma ser exigente com seu próprio resultado. É diferente da reportagem quando você se entrega a cobertura de um assunto apenas. No Jornal preciso estar atento a todos. É novo e estou gostando.

P8-É difícil conciliar a vida pessoal com a carreira profissional?
Joelson- Todo mundo vive esse problema. No jornalismo isso ganha outra dimensão. Além de a atividade exigir tempo e dedicação mesmo durante os dias de descanso para maioria das pessoas, ainda existe aquela confusão: mesmo em casa, o trabalho o acompanha. A compreensão da família é o grande segredo para diminuir esse problema.

P8-Durante toda sua carreira profissional, qual foi o momento mais marcante?
Joelson- Eu costumo não me prender muito ao que passou. Acho que é dever nosso construir histórias novas, de modo que sempre acho que o momento mais marcante está por vir. Mas se tem uma coisa que me dá alegria, é a lembrança do “Interferência”, até hoje no ar na TV Antares. Era diversão pura. Um laboratório de televisão com as minhas influências e do Henrique Douglas se confrontando para encontrar uma terceira via de trabalho. E no final, risadas, muitas risadas. Na TV Cidade Verde houve duas coberturas que marcaram muito: caso Fernanda Lages e o momento em que ajudamos a revelar o assassinato do gerente do Banco do Brasil em Miguel Alves. As duas coberturas me consumiram muito. Foi muito tempo dedicado para compreender esses episódios e foi uma oportunidade de me aprofundar nos casos e viver plenamente o exercício do jornalismo.

P8-Se não fosse jornalista, qual outra profissional seria?
Joelson- Antes de me identificar com o jornalismo estudei música e cheguei a ser jogador de futebol de categorias de base. Na época, tinha certeza de que seria uma dessas duas coisas. Depois conheci o jornalismo e fiquei apaixonadíssimo. Acho que é difícil falar sobre o que seria. Mas certamente ia girar entre essas suas paixões da juventude.

P8-Em meio a crise, a TV Cidade Verde vem crescendo estruturalmente. Como você vê esse alto crescimento do Grupo?
Joelson- É resultado de planejamento e organização como nunca vi em qualquer outro lugar. Jesus Tajra Filho que comanda o grupo passa toda essa dedicação e aplicação aos demais colaboradores. 

P8-Como você vê o jornalismo Piauiense?
Joelson- O jornalismo amadurece muito. Tecnicamente ele disparou de meados dos anos 1990 para cá. O resultado disso é que a população vê com cada vez mais sua realidade retratada de forma fiel. 

P8-Precisa de mudanças? Quais?
Joelson- Acho que a mudança fundamental está ligada a discussão teórica. Os jornalistas precisam ser mais preocupados com as tendências do jornalismo. Se reunir mais, discutir mais e se enxergar como categoria que precisa fortalecer os vínculos que existe entre os profissionais. Debater fortemente as teorias e os fenômenos que envolvem a comunicação social no âmbito local é a minha maior preocupação. Diminuir a distância entre academia e a prática talvez seja o caminho para a solução desse problema. Para isso, precisamos de mais gente de cabelo branco nas redações e mais pessoas buscando a pesquisa científica no âmbito local e levando para o ambiente de trabalho. 

P8-O Joelson como pessoa é?
Joelson- Tranquilo. Gosto de ficar em casa, ouvir músicas, tocar instrumentos musicais, assistir filmes e correr. Corrida de uma rua é uma paixão e uma necessidade para manter saúde da mente e do corpo. Além disso o esporte sempre me trouxe disciplina. Isso é fundamental em qualquer carreira.

P8- Uma frase positiva?
Joelson- Faço tudo com amor e fé, mas entendo que nada cai do céu. O trabalho tem muito peso nas conquistas pessoais. Gostei muito da franqueza de Winston Churchil no discurso aos Britânicos sobre promessas que faria para os anos que viriam depois da Guerra: “Sangue, suor, labor e lágrimas”. Quem quer chegar a algum lugar não pode ter medo dessas quatro coisas. 

P8-Um sonho que deseja realizar? Ou que já realizou?
Joelson- Quero ver o meu trabalho e o meu nome servindo para o crescimento da minha cidade e meu Estado. Que as informações que eu transmito criem um cidadão capaz de questionar e agir.

P8-Uma mensagem pra quem deseja seguir carreira de Jornalista.
Joelson- Não se assuste com o rigor do trabalho e não se iluda com eventual glamour que gire em torno da profissão. A sua missão é melhorar a vida dos outros e não a sua. A vaidade é o maior inimigo do bom jornalista.

P8-Um recado aos internautas do Portal 8.
Joelson- Que vocês sigam acompanhando as notícias do universo jornalístico e que usem essas informações e ferramentas para serem críticos do nosso trabalho e atacá-lo quando preciso. 

O P8 agradece a disponibilidade de Joelson Giordani para esse bate papo super bacana! Próxima quarta-feira tem mais outra entrevista inédita. 

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