Morte do jornalista Donizetti Adalto completa 18 anos

 

No último 19 de setembro, o assassinato de Donizetti Adalto completou 18 anos. Prestes a prescrever, a morte do polêmico apresentador ainda é cercada de mistérios. Alguns de seus acusados correm o risco de jamais passarem pela cadeia.  Abaixo, você acompanha a crônica de Orlando Berti publicada no site O Olho e em junho deste ano acrescentada de algumas informações.

Donizetti Adalto dos Santos nasceu em 07 de janeiro de 1959 na cidade de Mandaguari (PR). Ator, escritor, radialista e jornalista fez sucesso no Piauí após carreira polemicíssima no interior paranaense como apresentador e diretor de TV, além de político. 

No Piauí, o jornalista trabalhou no Sistema Meio Norte de Comunicação. Inicialmente, na TV Timon, entre 1987-1989, quando apresentou, juntamente com seu companheiro Carlos Moraes, o programa “Comando do Meio Dia”. Em seguida, transferiu-se para a TV Pioneira (hoje Cidade Verde), onde permaneceu por pouco tempo.


Também montou um jornal bastante polêmico, denominado “Comando”, através do qual fez séria oposição ao governo Freitas Neto (1991-94). Na segunda fase, Donizetti apresentaria, a partir de 1986, o programa “MN 40 Graus”, onde permaneceu até 1998, quando foi afastado por se desentender e quase brigar no ar e ao vivo com o deputado Leal Júnior (DEM). Costumava dizer que era um “cão de guarda” do empresário Paulo Guimarães, proprietário do Sistema Meio Norte de Comunicação, por quem teria grande afeto e admiração. O mesmo não se pode afirmar em relação ao empresário. Na TV e Jornal Meio Norte, empresas do grupo de comunicação de Guimarães, o nome de Donizetti foi banido. Suas imagens também foram recolhidas a um arquivo morto.


Ele foi morto no dia 19 de setembro de 1998, aos 39 anos, pouco antes de uma hora da madrugada em uma emboscada na avenida Marechal Castelo Branco, proximidades da Ponte da Primavera, zona Norte de Teresina. Faltavam 15 dias para as eleições em que concorria como candidato a deputado federal favorito nas pesquisas.

A AMPLIAÇÃO DO SENSACIONALISMO E DO POPULARESCO NA TV DO PIAUÍ



Trouxe os ensinamentos da “Escola Borguetti de Jornalismo” ao Piauí. Dessa escola seu maior expoente até hoje é o apresentador Carlos Massa, o Ratinho.

Donizetti Adalto ampliou na TV piauiense o moderno sensacionalismo, o populismo inteligente, o policialesco metido a jornalismo investigativo, discursos sem papas na língua e, principalmente, a sensação de que falava o que o público quer. Uma receita batida em muitos lugares do país mas que no Piauí era novidade e Adalto soube trabalhar essa interface como ninguém, principalmente porque o comum era a imprensa “chapa branca”, 200% aliada até a alma com os governos.

Logo fez muito sucesso porque realizavas críticas a poderosos e dava a entender que não existia pessoas intocáveis. Passou no Piauí por três vezes. Na primeira e na segunda terminou quase expulso. Se envolveu criticando poderosos e até amorosamente com suas esposas.


Culto, carismático e popularesco logo fez fama e fortuna. Era um playboy convicto. Sempre esteve rodeado de belas mulheres, muitas delas do “high potó society” como gostava de ironizar a “alta sociedade piauiense”. Era mestre em jargões. “Leite das crianças”, “faz-me rir”, “bacuraus”, “pau na máfia”: foram apenas alguns dos seus bordões, até hoje lembrados.

UM DEPUTADO FEDERAL QUE SERIA CAMPEÃO DE VOTOS

Donizetti Adalto foi executado às vésperas de ser eleito um dos deputados federais mais votados da história do Piauí. Era líder disparado nas pesquisas.

Meses antes tinha saído da apresentação do MN 40 Graus, na TV Meio Norte. Fez carreira na televisão piauiense na antiga TV Timon (que deu origem à Meio Norte) sempre apresentando programas nos horários do meio-dia (o mais nobre do telejornalismo do Piauí até hoje). Tinha como escada o também jornalista paranaense Carlos Moraes.

Incomodou muita gente, inclusive colegas jornalistas, muitos políticos e muita gente cara de pau.

Donizetti foi o misto entre o jornalismo diferente e a quase picaretagem explícita. Era contra o mamismo (ato de levar uma boquinha dos poderes públicos) mas era acusado de ter métodos nada éticos de ter papos com alguns empresários.


Nos deixou um verdadeiro dicionário jornalístico de tiradas, trejeitos e folclorismos.
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