Crítica: Não é pelo aumento! É pela qualidade

Foto: Salomão Prado / Portal OitoMeia

Nesta terça-feira, 10 de janeiro, completou três dias em que estudantes e movimentos sociais se uniram contra o aumento (abusivo, ressalta-se) da passagem de ônibus na capital Teresina. 

O valor da tarifa saltou, na última sexta (6), de R$ 2,75 para R$ 3,30. Tarifação essa que até seria justa se os usuários pudessem usufruir de condições básicas: abrigos minimamente confortáveis e que realmente protegessem do sol, linhas regulares, integração eficiente, ar-condicionado (o que não seria luxo algum) e ônibus suficientes para atender à demanda da população.

Ainda no ano passado, a Prefeitura começou a implantar o sistema de integração parcialmente. Os testes, verdade seja dita, foram um verdeiro fiasco. Ônibus saindo do bairro e 5min se vendo obrigado a parar no Terminal e o usuário tendo o seu tempo de viagem ampliado de 15min para 30min ou até 1h.

Os ônibus com ar-condicionado, inclusive testados e aprovados pelo Prefeito Firmino Filho com direito a fotos e abraços na população, foram recebidos com entusiasmo pela população. Mas, como diz o ditado, alegria de pobre dura pouco. 

Em recente entrevista, o diretor administrativo da Strans, Ricardo Freitas, afirmou que os ônibus climatizados que estão aí só estão em linhas aleatórias por enquanto. Quando a integração começar pra valer, eles serão remanejados apenas para as linhas troncais.

Notícia publicada no Portal Cidade Verde (imagem replicada no site OitoMeia)

Somado a isso, o próprio Prefeito adormeceu de vez a principal reivindicação estudantil desde os protestos de 2013, conforme publicação do Portal OitoMeia: o passe livre dos estudantes.

Então, quais benefícios a população, a grande massa de trabalhadores que usa diariamente o transporte público, os estudantes que se espremem diariamente dentro de ônibus superlotados para voltar para casa terão com um reajuste de mais de R$ 0,50 na tarifa?

A propósito, cabe destacar que a atuação da polícia, Ciptran, Strans, tropa de choque e demais instituições têm se preocupado muito mais em frear as manifestações do que por atrás das grades criminosos que atuam 24h nas ruas de nossa cidade. Esses, aliás, sequer usam capuzes, faixas, fósforo, bombinhas, mas sim armamentos bem mais poderosos que a Polícia.

Foto: Portal 180

É, meus amigos, quando mexe com o patrimônio de grandes empresários que vivem às custas do sofrimento alheio oferecendo um serviço porco, humilhante e  mea boca, a coisa fica bem mais séria.