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O Brasil é um país que possui uma grande mistura de pessoas, fruto de uma miscigenação histórica, desde o tempo dos índios e portugueses que aqui habitavam. Desde aqueles tempos, o país tem momentos marcados pelo preconceito em todos os âmbitos, através de uma luta de pensamentos de diferentes povos que perdura até os dias de hoje. Com o advento da internet, o assunto ganhou complexidade pois perfis falsos são criados (os fakes) diariamente para disseminar suas ideias preconceituosas sendo, em algumas vezes, aplaudidos por tal manifesto racista, o que resulta no aumento dos índices do crime de injúria racial nas redes sociais.
“Macaca” “pretinha”, “saci”, “fora pretos”, “preta imunda” são alguns dos termos mais usados por esses criminosos do mundo virtual. Sem medir as consequências, essas "correntes" de preconceito tomam proporções catastróficas através do emprego de palavras de baixo calão ou mesmo utilizadas com o intuito de denegrir ou rebaixar outrem. Fato é que tais atos geram repercussão na vida pessoal do ofendido. Vítima essa que independe de condição social, idade, sexo ou nível de fama.
Nos anos de 2015 até maio de 2017 algumas celebridades tais como Thaís Araújo, a filha de Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank, a Titi, as cantoras Ludmila e Gaby Amarantos, a jornalista e funcionária da Globo Maria Júlia Coutinho (Maju) foram alvos de atitudes racistas pela internet, mais precisamente pela rede social Facebook e, em todas, as vítimas tiveram sua esfera íntima atingida. Os casos tiveram providências tomadas pelos ofendidos com vias a retirarem do ar os perfis envolvidos.
Foto: G1
O mais recente aconteceu no Rio de Janeiro, dessa vez uma mulher grávida teve sua foto editada fazendo referência ao saci-pererê, uma das pessoas que editou a foto quis se justificar dizendo que se tratava de uma “brincadeira”. Brincadeira esta que impulsionou imediatamente a jovem a se dirigir a uma delegacia. “Muito chato isso, não desejo pra mim e muito menos para minha família” conta a mulher.
“O sentimento é de indignação. Porque não foram os comentários de uma só pessoa. A gente vê noticiarem esses casos na mídia corriqueiramente. Foi um grupo de pessoas que fez isso. Fiquei perplexa. Eu sinto dó em saber que pessoas assim existem”, desabafou Maryllins Teles, vítima de ofensa racista ao postar uma foto no Chile, em entrevista ao G1.
Foto: G1
No que se refere ao caso de racismo continua, segundo a Constituição Federal, como crime inafiançável, no entanto a punição para quem comete a injúria racial varia de um a três anos de prisão e multa, o que ainda é pouco mediante tantos casos cada vez mais sérios desse tipo de atitude intolerante. Cabe-se a reflexão não somente de leis, mais de uma educação mais questionadora e políticas de estudo que possam mobilizar para a resolução do presente problema.
Dessa forma, podemos colocar em foco o seguinte questionamento: até quando atitudes como as descritas anteriormente sejam elas por rede social, ou não, vão continuar sendo atuais e fazendo parte da realidade de um país “acolhedor”? . Racismo e injúria social têm a mesma consequência, uma vez que partem da mesma causa. Precisamos progredir!
Por Fabiana Reis
Articulista do Portal 8
portalp8@gmail.com
Racismo ou injúria social uma realidade também virtual
Reviewed by Fabiana
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19:34:00
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