Luiz Fortes diz que pisou em rastro de corno e tem estreia atrapalhada por razões técnicas

Antes de mais nada, resta esclarecer que o texto a ser lido a seguir trata-se de uma análise crítica da estreia do programa MN 40 Graus, como já é costume do P8 em fazê-la em quase todas as estreias na telinha piauiense.

Luiz Fortes e Shirley Evangelista no cenário do MN 40 Graus

Sob uma trilha sonora 'tensa', o MN 40 Graus deu as caras reformulado e sob o comando do jornalista Luiz Fortes e de Shirley Evangelista. Para quem não se recorda, esse título ganhou grande repercussão com Donizetti Adalto nos anos 90. 

Luiz Fortes começou quebrando o protocolo de dar logo as manchetes para, antes de mais nada, agradecer a todos que acompanharam sua trajetória nos seus 18 anos de carreira. 

"Eu não gosto de cuspir no prato que comi. Fui muito bem recebido pelas emissoras por onde eu passei, nos programas de rádio, de TV e queria agradecer pelas amizades que eu fiz", desabafou o apresentador logo nos primeiros minutos da estreia. 

A estreia foi marcada por uma pegada policial, que já era esperada, com direito aos áudios caricatos que já foram ouvidos no Balanço Geral Manhã, além das sirenes policiais e a trilha sonora típica deste tipo de atração. 

Em questão de cenário, nenhuma novidade a não ser na iluminação tendendo para o alaranjado, mas aproveitando cem por cento do cenário do extinto 70 Minutos. Para melhorar o dinamismo na apresentação, a grua no estúdio ganhou mais agilidade. 

Quanto à Shirley Evangelista, nota-se uma subutilização dela no programa. O que se esperava é que a partir das 19h houvesse uma intensificação da sua presença, com notícias mais leves, chamando colunistas e link direto de Brasília. Mas, o que se viu foi que praticamente "sumiram" com ela do cenário, colocando-a no lado oposto ao telão, atrás de uma bancada stand-up e com um notebook para leitura das mensagens de WhatsApp enviadas pelos telespectadores.  

O melhor a ter sido feito seria dar-lhe o posto de colunista, com participações direto de um outro estúdio ou previamente gravadas ou, ainda, instalar um outro telão, em que ela pudesse segurar apenas um tablet para trazer as notícias mais leves e surgir de forma intercalada, a fim de deixar a atração menos tensa. 

Ao longo do programa, foram várias as falhas técnicas decorrentes de não conexão do sinal do notebook de Shirley à TV, problemas de internet e no retorno dos apresentadores. 

A estreia inovou no microfone do entrevistado. Adotando o mesmo padrão das emissoras nacionais, o mesmo ganhou um incremento: um revestimento por saco plástico (?):

A atração trouxe participação de colaboradores do Ceará, Bahia, além de matéria diretamente de Minas Gerais. A internet foi a principal adversária. Foram várias quedas de links ao vivo sofridas. A intercorrência gerou uma fala engraçada por parte de Luiz Fortes:

"A gente quando depende de internet, de tecnologia, acontece isso mesmo. E é logo no primeiro dia. Parece que eu pisei foi em rastro de corno, e olha que eu ainda que ainda vim bem pelo pezinho da parede para exatamente não pisar em rastro de corno e ainda aconteceu isso!"

Do meio para o final, o programa fluiu melhor, mas ainda não mostrou aquele Luiz Fortes que o público está acostumado a ver na telinha. E olha que os telespectadores até pediram para que ele dançasse, mas ficou a promessa para o dia seguinte. 

Em síntese, podemos dizer que o MN 40 Graus tem uma pegada popular, característica da emissora e que será muito bem agregada por Luiz Fortes, mas ainda falta melhorar em alguns pontos, como dar maior relevância para a competente Shirley Evangelista. 

A atração pecou por ser demasiadamente longa, vindo a encerrar além do previsto. Quando os apresentadores deram tchau, o relógio já marcava 20h20. O telespectador e os próprios apresentadores sentiram o que a gravação de pilotos poderia ter resolvido: apresentadores e produção ainda um pouco perdidos. Nada mais natural diante dos fatos. 

Quanto a Rede Meio Norte, o que se percebe é que ela falhou por ter extinguido totalmente o 70 Minutos. Poderia ter continuado com a atração pelo menos na faixa das 19h30 às 20h (já que na prática o programa há tempos não possuía mais os 70 Minutos de arte). No entanto, com alguns ajustes, o MN 40 Graus poderá alavancar, e esse é o intuito da TV, os índices do final da tarde e entregar com uma boa audiência para sua programação do horário nobre.