Globo Pernambuco dá aula de representatividade na telinha

Márcio Bonfim e Pedro Lins - âncoras da Globo Nordeste
Glória Maria (Globo), Heraldo Pereira (Globo), Zileide Silva (Globo), Maju Coutinho (Globo), Dulcineia Novaes (Globo), Joyce Ribeiro (ex-SBT) e mais recentemente, Maju Coutinho (Globo) e Cynthia Martins (Band), são alguns exemplos de pretos a frente de telejornais. 

Em um país em que a maior parte da população se declara preta ou parda, os profissionais dessa raça no vídeo ainda são contáveis. 

Na emissora global, referência no Nordeste (Globo Pernambuco), os dois maiores telejornais têm uma coisa em comum: ambos são ancorados por negros. Pedro Lins no comando do Bom Dia Pernambuco e Márcio Bonfim, no NE1. 

Ambos profissionais de altíssimo nível e que somam seu talento a toda a equipe daquela emissora. Márcio, inclusive, foi o representante do estado do Pernambuco no JN 50 anos e hoje faz parte do time de titulares substitutos do Fantástico. 

Mas, o que se percebe é que eles são exemplos ainda pouco vistos. Principalmente no Piauí e Maranhão. 

Pedro Lins publicou a foto que dá capa a esta matéria recentemente em seu Instagram. Em meio a sua narrativa sobre como foi vencer os obstáculos, ele deixou um desabafo bastante interessante e que vale a reflexão:


Meu desejo é que um dia a gente consiga viver num mundo de oportunidades iguais, independentemente de sermos negros, brancos, homens ou mulheres.
(...)
Como disse Nelson Mandela: “Eu aprendi que a coragem não é a ausência do medo, mas o triunfo sobre ele. O homem corajoso não é aquele que não sente medo, mas o que vence esse medo.”
Veja a publicação:






Um dia um colega de sala me fez aquela famosa pergunta “o que você quer ser quando crescer?”. Eu respondi, sem nem pensar, que queria ser jornalista. Ser repórter ou apresentador. Ele disse de cara: mas não tem repórter “preto”! Acredito que ele nem entendia o peso das palavras que saíram da boca dele. Nós éramos apenas duas crianças de 10, 11 anos de idade. Mas aquilo ficou na minha mente. E passei a reparar a presença dos negros nos telejornais. Só lembro da Glória Maria, do Heraldo Pereira, da Zileide Silva e da Graça Araujo. (se vocês lembrarem de outros, por favor, compartilhem comigo) Não desisti. Ainda bem. Resolvi contrariar as estatísticas e todas as negativas que a mim foram impostas para que não seguisse com essa profissão. Hoje, quando Márcio Bonfim entrou no estúdio, durante o Bom Dia Pernambuco, eu lembrei daquele menino. Lembrei também do menino que eu era. De que não tinha quase referência. De que não via ninguém parecido comigo na TV. Lembrei ainda do dia em que vi o Márcio pela primeira vez na televisão e como a presença dele representou pra mim. Durante os quatro anos de curso de jornalismo, meus colegas de sala me chamavam de “Bonfim” e eu achava o máximo. Diziam que a gente parecia muito. E a minha emoção era a de sentir que também poderia trabalhar numa TV, mesmo sendo negro. Algumas pessoas dizem que isso é “mimimi”. Outras falam que não existe desigualdade racial. Meu desejo é que um dia a gente consiga viver num mundo de oportunidades iguais, independentemente de sermos negros, brancos, homens ou mulheres. Obrigado, Márcio, por me ajudar a não desistir. Por ser referência no passado e também no presente. Como disse Nelson Mandela: “Eu aprendi que a coragem não é a ausência do medo, mas o triunfo sobre ele. O homem corajoso não é aquele que não sente medo, mas o que vence esse medo.” P.S. E ainda tem gente que diz que representatividade não importa. 📸 @jeff_cariolano
Uma publicação compartilhada por Pedro Lins (@linspedro_) em
Globo Pernambuco dá aula de representatividade na telinha Globo Pernambuco dá aula de representatividade na telinha Reviewed by Portal P8 on 07:00:00 Rating: 5

Nenhum comentário:

Interaja a vontade! Logo, logo o seu comentário será liberado.

Tecnologia do Blogger.