Entrevista com o Radialista Diego Gomes da Boa FM

 "O rádio é o divertimento do pobre (..), e a informação dos que não sabem ler", sob estas palavras Roquete Pinto enxergou no rádio um veículo que pudesse difundir a cultura e história brasileira. Para a época, Roquete estava certo, mas mal previa ele que hoje o mundo vive uma revolução cibernética, os índices de analfabetismo caíram, a televisão virou a sensação e agora a internet. Mas nenhum meio até agora esvaziou o outro. A prova disso é que hoje o país conta com cerca de mais de 9,6 mil emissoras de rádio em funcionamento (entre comerciais, educativas e comunitárias, na AM e na FM). Dez anos atrás, as rádios  brasileiras somavam menos da metade desse número. Presente em 88,1% dos domicílios do país, perde apenas para a TV (com cerca de 97%) na presença dos meios de comunicação nos lares brasileiros.  A internet também contribui para a expansão do rádio. Cerca de 80% das emissoras do país já são disponíveis via computadores e dispositivos móveis. Sem contar que a profissão de radialista ainda oferece grandes oportunidades de crescimento. Para falar um pouco mais sobre a profissão, o meio e sobre o lado pessoal, convidamos Diego Gomes, atual locutor da rádio Boa FM pertencente ao Sistema Meio Norte, para uma entrevista.


Com apenas 24 anos, Diego é referência no que faz. Teve passagens pela Rede Liderança SAT (Fortaleza), 95 FM, Jockey FM e atualmente na Boa FM tendo exercido os cargos de locutor apresentador e programador musical. Ele conta que desde os 8 anos já frequentava emissoras de rádio e  aos 16 anos ele ingressou pra valer na área, além de revelar para nós seus sonhos, medos e perspectivas.

[Portal 8] Primeiramente, por que a profissão radialista?                                                    

Diego Gomes aos 17 anos nos estúdios da Jovem Pan FM
[Diego Gomes] Eu sempre tive uma grande admiração desde cedo com o rádio,eu tinha aquela ideia de saber como funcionava, e com 8 anos eu comecei a frequentar algumas emissoras, conheci grandes radialistas e foi amor à primeira vista. De lá pra cá, procurei ouvir bastante rádio de fora, procurei ler bastante sobre técnicas e já estou nesse meio desde os 16 anos, e minha grande influência foi a minha mãe, Sônia Regina, no qual fazia questão de me levar em estúdios.


[P8] O rádio é um meio que já revelou muitos talentos para a TV. Do rádio já saíram Beto Rego, Silas Freire, dentre nomes nacionais como Celso Portiolli e Datena. Você já fez planos para atuar na televisão?                                                                 



[D.G.] Claro, o rádio em si traz uma grande vitrine e tem como experiência a desenvoltura argumentativa que na TV é cobrada, e para mim o rádio ajuda bastante como a gente sabe grandes apresentadores hoje como Emílio Surita fazem os dois meios, e isso certamente é algo que penso em fazer daqui um tempo.



[P8] Tão logo a Boa FM se categorizou como uma rádio voltada para o público jovem, você saiu da 95 FM para lá. O que motivou essa mudança?


[D.G.] Bom, o motivo maior foi o convite que tive do diretor geral das rádios BOA FM e MEIO NORTE, o Alex Galvão, tive como referência por indicação o locutor publicitário Jorge Canalito e Guilhermando Duarte de Fortaleza, ex diretor da Rede Liderança Sat. Eu vi a oportunidade de fazer rádio jovem no qual sempre me expirou e quando surgiu essa vaga foi algo maravilhoso,fui super bem recebido pelos amigos apresentadores do sistema.


[P8] Já passou pela cabeça abandonar a carreira alguma vez? Por quê?



[D.G.] Olha abandonar a carreira não, eu amo o que faço e desde de cedo aprendi que quando se gosta e ama o que se faz tem que buscar o seu melhor, conhecemos grandes amigos que hoje deixaram o rádio para seguir carreira no mercado publicitário, pode ser que futuramente eu siga essa linha também mas até o presente momento não vem essa ideia.



[P8] Você sempre foi reconhecido pela sua voz, claro, mas a mulherada lhe conhece muito bem pela beleza. Como lida com esse assédio das fãs? 


[D.G.] Acho que esse lance de beleza da voz, toda mulher se identifica com o profissional do rádio, e sei que a maioria dos ouvintes do rádio são as mulheres e sempre tem aquela curiosidade de saber quem é o dono da voz, mas quanto a isso eu mantenho o contato. Adoro isso e procuro ser dado com todos os ouvintes, atencioso e lógico, tem o assédio, mas eu tenho a consciência que isso é parte do seu trabalho.



[P8] E o carinho do público de modo geral? Já esteve em alguma situação inusitada?



[D.G.] Para falar a verdade sempre existe e isso é fundamental o reconhecimento do trabalho a sua personalidade o caráter que você tem que ter diante disso,e acho que você ser visto como um bom profissional é gratificante. O pessoal te para na rua, no shopping e diz que adora você que é fã, isso é sem dúvidas emocionante. Bom, uma situação inusitada que já me aconteceu foi no shopping uma ouvinte me viu gritou: Diego Gomes eu sou sua fããããã e todo mundo olhando sem entender e eu todo envergonhado.



Jogo Rápido



Maior sonho?


Um sonho é ter uma vida normal sem deixar o sucesso subir pra cabeça, ter filho, ter muito trabalho para se manter e acima de tudo continuar fazendo rádio mesmo que eu esteja em outro emprego graduado, e repassar o que venho aprendendo neste tempo de rádio aos que também sonham em entrar nesse mundo mágico da comunicação.


Medo?


O grande medo é um dia ter que abandonar o rádio e perder as pessoas que eu amo de uma forma que eu não possa me despedir.



Comunicação é…?


É algo que passa pelo coração, pra emoção e pro ar... E te faz todo dia querer aprender mais e mais. É gratificante saber que você acorda todo dia com aquela vontade de vencer, de superar seus desafios e ter muita gente que gosta de você mesmo sem te conhecer e você sentar em frente ao microfone e ter a sensibilidade de fazer com amor o que DEUS te proporciona como talento.


Felicidade?



Consegui com honestidade ter o reconhecimento que tenho hoje com muito trabalho, humildade e profissionalismo, não querer ser BOM, e sim justo.
Ter uma namorada que te incentiva e tá com você todo tempo te dando apoio.


Tristeza?


É ter que conviver em um mundo que a desigualdade social e moral fala mais alto, é ver pessoas com talento e com vontade de alimentar o sonho de vencer passando por dificuldades e humilhações e serem tratadas como apenas mais uma no mundo, sem terem oportunidade de mostrar o seu melhor... A fome, a miséria, a saúde, o caos e a guerra isso sim é um fato que desmotiva para as próximas gerações.


Saudade?


Saudade da minha mãe que há 12 anos está do lado de DEUS mas eu levo tudo que ela fez por mim para eu conseguir chegar aonde eu estou chegando  com o rádio, como pessoa, e sinto saudades também do laço familiar do meu pai Ivaldo que eu amo, das minhas irmãs Daniela, Daiana e minha sobrinha Isadora dos amigos que deixei em busca de um sonho e acima de tudo do meu primeiro microfone sem fio que eu ligava e ficava brincando de ser locutor isso aos 7 anos...
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