Crítica: A volta de Tony Trindade

Ao longo da promoção feita pela TV Antena 10 sobre a volta de Tony Trindade, ele próprio falava de um Tony que boa parte do público já conhecia e de uma geração nova que ainda não tinha tido a oportunidade de avaliá-lo. 

Trindade entrou no ar sem que fosse apresentado um mínimo de sua trajetória jornalística, não fosse um vídeo que remetia aos seus16 anos ancorando o 'Jornal da Pioneira'. Se a intenção era que a nova geração o conhecesse, provavelmente ela vai ter que recorrer ao Google e buscar pelo nome do apresentador para saber que ele já teve larga experiência no Rádio, já passou pelo entretenimento, já ancorou grandes telejornais, já dirigiu outra emissora de TV e já foi secretário de comunicação do Estado do Piauí na gestão passada.

Esperava-se que Douglas Cordeiro fizesse a tradicional cerimônia de entrega: estar lá como apresentador, convocar Tony Trindade e exibir um VT resumindo um pouco da trajetória jornalística que o comunicador tem. Mas o que aconteceu foi justamente o contrário. Ele próprio se apresentou, fez alguns agradecimentos, explicou qual seria a nova função de Douglas Cordeiro e tocou o programa como o novo titular.

Sobre o jornalístico, as mudanças realmente foram pontuais. Houveram pequenas modificações quanto ao cenário, nova vinheta e novo layout. A grande novidade realmente era o diretor executivo que agora assumia como âncora. 

O telejornal exibiu reportagens nos primeiros minutos do programa, trouxe Feitosa Costa e Pedro Alcântara para a bancada e finalizou com uma entrevista instigadora com a presença de Robert Rios sobre a insegurança no Estado do Piauí confrontando ideias com o atual secretário de segurança, Fábio Abreu, através de link ao vivo.

Entre os pontos positivos, ele resolveu fazer a abertura de pé, sem chamar de imediato os parceiros de bancada (Feitosa Costa e Pedro Alcântara), deu um ritmo mais frenético e dinâmico e pôs ordem às falas dos companheiros, sem deixar virar aquela algazarra de comadres que vez em sempre acabava acontecendo.

Entre os pontos negativos, podemos listar que a produção ainda não se familiarizou com o ritmo de Tony Trindade. Ele é mais dinâmico, sabe aproveitar o tempo destinado à atração e não tolera falhas no ar.

A produção perdeu a mão no encerramento. O novo apresentador passou uma mensagem de reflexão nos minutos finais que foi ilustrada com imagens de pontos turísticos piauienses (?) que mais se assemelhavam a um informe do Governo do Estado. Saiu totalmente do foco pretendido. 

No mais, apesar de ter duração de apenas um hora, o programa tem munição para acirrar a briga com os concorrentes. Mas, é importante destacar, se o ritmo dado ao jornal for o mesmo da estreia, não vai ter condição de ser inserido um único merchandising e nem aumentar o número de intervalos comerciais (hoje só teve um intervalo).